EXPEDIÇÃO CIENTÍFICA AO COMPLEXO DE MONTES SUBMARINOS DO GORRINGE E AO SEINE

Gorringe - 36°42’’ N 10° 31” W

Durante toda a expedição temos tido ventos constantes de norte e nordeste, por vezes com rajadas de mais de 20 nós. Apesar de tudo, o trabalho continua a bom ritmo. Tivemos de suprimir 5 estações de amostragem devido ao tempo perdido no início. 
Além das amostras de água, que agora têm sido mais reduzidas, também estamos a amostrar o zooplâncton. Temos redes para captura de plâncton de diversos tamanhos para amostrar desde o microzooplâncton (rede com uma malha de 55 micra) até ao macrozooplâncton (rede com uma malha de 750 micra).
Nas redes de plâncton temos capturado sempre muitos sifonóforos, que são organismos gelatinosos pertencentes ao grupo das Hidromedusas. Estes organismos planctónicos vivem em profundidade e possuem a capacidade de emitir luz (bioluminescência). Igualmente, nas redes com uma malha maior, temos capturado pequenos peixes (por exemplo mictofídeos) que também possuem capacidades bioluminescentes que servem para comunicação entre indivíduos da mesma espécie e para capturar alimentos. Os mictofídeos são igualmente capturados com redes pelágicas de malha apertada e vivem em camadas profundas conjuntamente com pequenos camarões, lulas, etc. Estas camadas são usualmente detetadas por ecosonda, como estamos a fazer a bordo do NI Noruega. Todos estes pequenos organismos mesopelágicos (seres vivos que vivem entre os 200 e os 1000 m de profundidade) têm uma grande importância na transferência de energia entre os organismos planctónicos e os grandes predadores (por exemplo: peixes, golfinhos, aves).
Novas notícias irão surgindo. Fiquem atentos.


Ficheiro anexado 380020160831_IPMA - Detalhe noticia.pdf